Acompanhei pela Rede Record as graves denúncias contra Valdomiro Santiago – o apóstolo da Igreja Mundial. Ele é acusado pela Igreja Universal de enriquecimento ilícito com dinheiro dos fiéis. Um tipo de acusação que também existe contra a própria igreja do Edir Macedo. É disputa religiosa ao vivo e a cores, concorrência que aparece até em classificados de jornal, conforme anúncio de emprego para pastores em Curitiba. A vaga era para trabalhar na Igreja Global do Poder de Deus, e os interessados deveriam ser pastores das igrejas Universal do Reino de Deus ou Mundial do Poder de Deus. Como já escrevi, a lama respinga em todo o cristianismo.
O Evangelho no próximo Domingo na Quaresma (Marcos 10.35-45) lembra que a busca por poder religioso já era uma tendência no início da cristandade. Os irmãos Tiago e João pediram para sentar-se ao lado de Jesus, no trono do “reino glorioso”. Os outros discípulos ficaram incomodados e deu a maior confusão. “Entre vocês não pode ser assim”, apaziguou o Senhor. “Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros”. Registros deste “não pode ser assim” estão por toda a Bíblia – histórias de profetas, sacerdotes, reis, discípulos que usaram a sua autoridade e credenciais para obter vantagens pessoais. Mas o final também está descrito, num indicativo claro que no assunto “justiça divina” não há impunidade. “Tudo isto aconteceu com os nossos antepassados”, lembra Paulo, “a fim de servir de exemplo (...) Portanto, aquele que pensa estar de pé é melhor ter cuidado para não ca ir” (1 Coríntios 10.11,12).
Se estas igrejas, bispos, apóstolos e pastores são tudo isto conforme denúncias, que a polícia faça a sua parte, pois “somente os que fazem o mal devem ter medo dos governantes” (Romanos 13.3). Enquanto isto vale a recomendação: “Não fiquem devendo nada a ninguém. A única dívida que vocês devem ter é a de amar uns aos outros” (Romanos 13.8).
Marcos Schmidt
pastor luterano
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